Carregando agora
×

Slammers brasileiros pelo mundo

Slammers brasileiros pelo mundo

ESPALHA --->

joão1 Slammers brasileiros pelo mundo

Emerson Alcalde e João Paiva se apresentam em mundiais de poesia e spoken

Por Jéssica Balbino
Fotos: Divulgação e Facebook dos artistas

“Lá no Brasil a gente é meio que assim amargo, porque para estarmos em um espaço desse aqui, muita gente teve que morrer lá, ser torturado, sangrar”, anunciou, em português, o poeta mineiro João Paiva, que neste ano representou o Brasil na Copa Mundial de Poesia Falada na França. Ao mesmo tempo, o paulista Emerson Alcalde, criador do Slam da Guilhermina, defende o Brasil no “South-North Griots Summit” no Canadá. No último ano ele foi quem esteve na França e foi o primeiro brasileiro a disputar a final. Torre de Babel De Belo Horizonte (MG), o jovem professor de 24 anos, João Paiva está há nove meses na cena dos Slams. Em dezembro, conquistou o título de campeão brasileiro na final do Slam BR em São Paulo (SP). De lá para cá, usando a linguagem do hip-hop, que ele defende como a que sabe para se expressar, treinou para a disputa da final. Em território parisiense, declamou os versos da poesia “Torre de Babel” e apesar da fúria, comum nas temáticas dos slams brasileiros, não conseguiu atingir a segunda fase da competição e, novamente, por 1 décimo, o Brasil viu ir embora a chance de ser campeão mundial também da palavra. Em 2014, Alcalde também competiu e foi o primeiro brasileiro a disputar a final. Com a mão na taça, após um empate com o canadense Ikenna, também perdeu por 1 décimo. Pelo Facebook, o poeta comentou a participação de Paiva na França. “Só de ele ter ido já fortaleceu a cena do Slam Em Minas e isso é muito significativo. Sempre quando um vai, independente do resultado, mais pessoas ficam sabendo da existência da modalidade. Só vitória”. output_gDrxh6 Slammers brasileiros pelo mundoA precursora da cena dos slams no Brasil, Roberta Estrela D´Alva, autora do livro “Teatro Hip-Hop” também comentou a participação de Paiva, quando somente três de seis poetas passariam para a segunda fase da competição. “Ele ficou em quarto por um décimo. Infelizmente não passou, mas já conversei com ele hoje [ontem] e o poeta passa bem (risos). Nosso João Paiva fez bonito demais em Paris hoje nas eliminatórias .Palmas pra ele que foi guerreiro, chegou até lá, e até o final da semana vai viver no portal mágico da poesia falada e conviver com poetas fodas de várias partes do mundo! A poesia sempre vence! A gente te ama João!Cê é foda”, escreveu. 10502388_914196641952784_6702134267597667910_n Slammers brasileiros pelo mundo Para o professor, a representação do país valeu. “Acho que a importância é de levar a mensagem do brasileiro, mostrar a nossa vida sendo contada através linguagem de periferia”, declarou. A história da periferia no Canadá Como contador da nossa própria história, Emerson Alcalde está em Toronto, no Canadá para um encontro de poetas ligados à herança negra. O convite, curiosamente, partiu do canadense Ikenna, com quem Alcalde disputou a final do mundial de poesia. Os saraus uniram as quebradas unificando o movimento e o Slam nos aproximou com o mundo. É fundamental que o Brasil tenha representatividade nestes eventos de Spoken Word porque temos uma rica tradição de oralidade e é salutar que troquemos com outras culturas para fortalecer ambas e que nosso movimento da literatura periférica brasileira esteja no mapa, livros de história da literatura mundial”, disse.

Poema escrito especialmente ao EP #Licençapoética, Kamau.Passando pela Universidade de Toronto, parei para ler e me deparei com este texto e resolvi compartilhar. Tem tudo haver com o momento que estou vivendo.

Posted by Emerson Alcalde on Sábado, 6 de junho de 2015

Questionado sobre a barreira da linguagem durante as apresentações, Alcalde explica que no Canadá, o evento ocorre com fala em português com legenda para o inglês projeta no telão.

“Trouxe também um zine que produzi pela Motta Press com oito poemas bilíngue português-inglês para comercializar. A língua é uma barreira e não é ao mesmo tempo. Eles gostam do português do Brasil, acham bonito. Lógico que é necessário tradução para compreensão da obra e é necessário estudar inglês para nos comunicarmos, mas a arte pode ser feita em qualquer lugar do mundo no nosso idioma”, destacou. Serviço – Acompanhe a Copa Mundial de Poesia pelo site http://grandslam2015.com/

Para saber mais sobre a cena dos Slams no Brasil, curta a página.

barra_separadora Slammers brasileiros pelo mundo

Publicidade

11301463_1136393926386643_1340284170_n Slammers brasileiros pelo mundo