O ‘Rap Plus Size’ de Issa e Sara
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Gravado pelas rappers paulistas ISSA PAZ e SARA DONATO, álbum ‘RAP PLUS SIZE‘ aposta em letras métricas, flow e linhas de impacto
Para chamar a atenção para o problema da gordofobia e da pressão estética, as rappers Issa Paz e Sara Donato uniram-se para fazer o disco “Rap Plus Size”. Com 12 faixas, o álbum foi gravado na OQ?! Produções e traz elementos da música periférica brasileira, com destaque para o funk e hip hop de raiz, destacando a musicalidade sem perder a essência old shool da cultura urbana.
Após quatro anos de amizade, as cantoras paulistas de carreira solo agregaram técnicas de flow e métrica a letras lapidadas e linhas de impacto trazendo a promessa do segundo semestre deste ano: um álbum de peso.
“Abordamos questões a partir da linguagem de periferia e contextos bem definidos. Neste disco, falamos de gordofobia, feminismo, racismo, rap e empoderamento da mulher periférica fora dos padrões, afirmando e valorizando a autonomia desta mesma guerreira que luta sem deixar de mergulhar nas influências externas que compõe as próprias vivências”, disseram.
De acordo com as rappers, o álbum traz referências femininas como participações especiais e foca em artistas com posicionamento político definido, como Rubia RPW, Tássia Reis, Banda DaviDariloco, Souto MC, Preta Rara, Gabi Niaray e Luana Hansen, que também produziu uma faixa do disco.
Para os shows de lançamento, as artistas pretendem levar as participações especiais, para que cada convidada contribua na tracklist com seus sucessos, compondo o espetáculo. “O show de lançamento também incentiva a cena feminina do hip hop, já que coloca as mulheres de grande representatividade como ícones a serem espelhos para os novos talentos e equilibra com maior equidade a presença ativa das mulheres no palco e no rap brasileiro”, completaram.
VIDEOCLIPE
“Quer esconder preconceito preocupado com a minha coluna (…)”, esse é um dos versos da música “I.M.C.“, que ganhou, no início do mês de julho um videoclipe feito pela TV Senac.
“Escolhemos esse nome [I.M.C.] pois nós duas somos gordas e sentimos o quanto a sociedade discrimina quem está fora do padrão estético de magreza“, disseram.
De acordo com as artistas, lidar com a pressão estética do rap é como lidar com a externa também. “Sofremos com preconceito, principalmente nas batalhas de rima e acreditamos que inclusive por estarmos fora de um padrão corporal somos excluídas de muitos espaços”, porém, mesmo assim, nunca foram impedidas de fazer nada por causa do peso. “Tá pra nascer alguém que vai impedir a gente de alguma coisa (risos)”, completaram.
Contudo, elas revelam que já foram excluídas, socialmente, por serem gordas. “Principalmente quando a gente era mais nova, desde comprar roupas, fazer esportes (jogar profissionalmente) ou frequentar lugares tipo clube ou praia com receio de usar biquíni”.
Confira o videoclipe da música “I.M.C.”:
Ouça o álbum “Rap Plus Size” (clique aqui e baixe o álbum):
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