Opinião | A importância do olhar feminino no Hip Hop, por Erica Bastos
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As narrativas de nossa sociedade como um todo são praticamente todas alicerçadas sob uma ótica masculina, são séculos e séculos de uma visão do mundo sob o ponto de vista patriarcal, o homem como o centro do mundo.
Na mídia, de modo geral, os homens ainda dominam. Mas é certo que o número de mulheres tem crescido consideravelmente em redações, edições, produções, etc.
Ainda assim, nas mídias do Hip Hop a situação não é boa, são raros os canais de comunicação com a presença feminina, pouquíssimas mulheres estão à frente de blogs, de sites, etc. Há uma escassez de minas nessas mídias que pensam a respeito do Hip Hop, que fazem cobertura de algum evento, show ou que fazem críticas sobre o movimento Hip Hop como um todo.
Se mulheres estão atuando nos quatro elementos – lógico que ainda longe do ideal, que a verdade seja dita – é essencial que estejamos no elemento conhecimento também, contando nossas histórias, mostrando nossa visão, falando sobre a presença feminina no Hip Hop.
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Que as mulheres possam elas mesmas ditar como querem ser representadas e percebidas, não aceitar modelos prontos que ainda insistem em permanecer neste pensamento do mundo masculinizado e de estar num lugar determinado por ele.
O que pode ser feito? Mulheres: criem suas mídias, criem seus blogs, sites. Homens: apoiem as minas chamando-as para colaborarem com vocês. Há várias mulheres que conhecem o que fazem, que vivem o Hip Hop tão intensamente quanto os homens, elas têm muito o que dizer e acrescentar ao movimento.
É necessário uma visão diferente, mulheres não competem, é lenda isso, mulheres querem igualdade. O protagonismo feminino na construção das narrativas no Hip Hop é fundamental para um movimento que nasce democrático e que põe holofote sobre a vivência e luta dos excluídos.
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