#ColunadoEmecê : O Tapa não performa
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Por: Fábio Emecê
Entre ânimos controláveis por conta de um roteiro pré-estabelecido, falsas simetrias, esquecimentos propositais e contenção de danos, o tapa redireciona aquilo que temos deixado de lado, pra se adequar a brancura: o brio.
Na democracia dependente da barbárie para ser justificada e aplicada, corpos controlam e corpos são controláveis e a liberdade é diluída a conta-gotas nos copos de cristais ou americanos, dependendo do líquido bebido.
E a liberdade de se associar à palavra como se fosse possível falar o que quiser quando convém, é entender basicamente o momento de se impor a qualquer custo sobre pessoas, atos e fatos.
Roteiros devem ser desobecidos quando há opressão, humilhação, ofensa, ataque a dignidade e ações correlatas. Mesmo com as falsas simetrias dispostas a deslegitimar nossos atos, roteiros precisam ser rasgados.
Quando há qualquer ameaça ao roteiro que mantém o privilégio, mantém a brancura com desejo e norma, o mecanismo é o esquecimento proposital. Afinal não há chance para mais de uma pessoa vindo do campo da subalternidade compulsória, ser protagonista de ajustes da sintonia fina das engrenagens.
Sintonia fina que pode significar contenção de danos àqueles do mesmo lugar. O lugar subalterno precisa ser ressaltado como local em que você sempre pode voltar caso não obedeça aos iluminados da brancura.
A sorte não sorte é a falha do roteiro e percepção da sutileza feita por alguns subalternos rejeitadores da brancura e seus afetos correlatos. O brio ocupa o primeiro plano e o tapa é desferido. Em algumas instituições se pede desculpas pelo tapa desferido e uma das propostas é não trabalharmos a culpa.
Não devemos ter culpa de reagir, de defender nossa dignidade, de não aceitar os mandos e desmandos da branquitude associado aos seus amantes. Temos nossas associações, nossos afetos, nossos manuseios, nossos passos e de maneira nenhuma isso pode ser esquecido.
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