O rap de Diego 157 e o que está por vir
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Na tentativa de mostrar a diversidade do rap brasileiro, o Bocada Forte sempre trilhou caminhos considerados estranhos para os outros blogs e, principalmente, para a grande mídia. DIEGO 157 é um dos artistas baianos que o BF apresentou aos leitores do eixo Rio/SP. Em 2009, 157, MC e produtor, apresentava seus companheiros do grupo 157 Nervoso (leia entrevista aqui). Diego é um artista respeitado na cena por suas rimas, seus beats, remixes e conquistas (saiba mais).
O EP Antes da Mixtape, lançado recentemente, é uma amostra do que o MC está preparando. Neste trabalho, Baga MC, Galf (AC), MC Spock, Sets (NPN), Brown Santana, Xarope MC, José Macedo, Man-Duim, Ravi e Oddish, novos e não tão novos artistas do cenário rap, fazem uma parceria de peso para mostrar as ideias de Diego 157. O BF trocou uma ideia com o artista. Leia um trecho abaixo.
Bocada Forte: Qual a razão de insistir em falar de questões sociais em meio ao cenário que tem grande parte dos rappers no oba-oba e conquistando a atenção dos jovens?
Diego 157: É questão de princípio. Eu sei de onde vim e sei pra onde quero direcionar minha música. Existe muita gente necessitada de ouvir o que elas gostariam de falar. Enquanto questões sérias como racismo, violência, machismo, homofobia, dentre outras, foram tratadas de forma irrelevante, ou como em muito casos, se tornarem motivo de piada, eu continuarei honrando o rap que me fez acreditar em transformação através das rimas e os oba-oba vão só criar volume vendendo a falsa idéia de evolução.
Bocada Forte: O rap baiano sempre mostra força e renovação. Você acha que ele ainda é subestimado no Brasil?
Diego 157: Acredito que subestimado não, até porque não dá subestimar quem trabalha com excelência em todos os campos do hip hop. Falando de modo geral, soa como atitude de gente pequena. Tratar gigantes com menores vai de contra a lógica natural.
Bocada Forte: A mixtape virá com uma pegada diferente ou você seguirá na pegada rua, sem modismos etc?
Diego 157: Sim, o propósito é o mesmo. A linha tênue da mixtape traz em toda sua estrutura recortes de luta. São diversos temas distribuídos entre as quinze faixas da compilação, os quais acredito que terão uma boa receptividade dos que tiverem a oportunidade de ouvir as músicas. Não há motivo pra seguir moda ou qualquer tipo de tendência pelos simples fato delas só surtirem efeito em um determinado momento, só que minha música é feita pra romper barreiras, é ela quem me imortaliza e faz com que eu traduza em versos os meus e os sonhos de milhares de semelhantes espalhados Brasil afora.
Ouça o EP Antes da Mixtape:
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