O impeachment da democracia
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A luta, daqui para adiante, só tende a ficar mais dura e pesada. Este processo de impeachment sequer poderia ter sido aceito, por não ter base legal. E foi. E foi por revanchismo por parte de um dos maiores corruptos da atualidade brasileira: Eduardo Cunha. Tudo parece estar milimetricamente armado para este golpe de Estado.
A mídia, em especial as Organizações Globo e Rede Bandeirantes de Rádio e TV, trabalham com afinco na desinformação seletiva. Revistas semanais, das mais importantes, como Veja, Isto É, Exame, Época, dentre outras, fazem um ‘jornalismo marrom’ detestável, propagando mentiras e agredindo a presidente Dilma, sem trégua. Quem assistiu a algum documentário sobre o golpe de Estado de 1964 fica atônito com as semelhanças.
Ao mesmo tempo, no tribunal do STF, onde poderíamos encontrar respaldo para a legalidade e justiça, vemos uma grande maioria completamente entregue. Imersa em negociatas, em conluio com a corrupção. De lá se salvam apenas dois ou três ministros. Os demais trabalham em causa própria e em prol do golpe, ignorando as ilegalidades dos processos, fazendo vistas grossas, posando como arautos da imparcialidade. Um exemplo é o processo de afastamento do deputado Eduardo Cunha, que está sobre a mesa do STF desde dezembro de 2015, entregue pelo Procurador Geral da República, e não foi sequer analisado.
Para piorar ainda mais, e nos demonstrar como o processo está incrivelmente bem orquestrado, o ministro Gilmar Mendes, ferrenho opositor do PT e das causas de esquerda, indicado por FHC, foi eleito para a presidência do Tribunal Superior Eleitoral, o TSE. Vocês sabem o que significa isso? Significa que agora eles tem uma peça de comando lá onde se dará o registro de candidaturas a presidência da república e demais cargos federais, bem como análise de contas e etc. Coincidência? Não, meus amigos e amigas. Sem coincidências aqui.
Estamos vivendo um período gravíssimo da história do nosso país. Um período de quebra de Leis, do rasgar da Constituição, da quebra da Democracia, do desrespeito ao nosso voto e a nossa liberdade. A luta está apenas começando. Pois se eles dizem que o PT tenta se “eternizar no poder” – o que é um absurdo, porque Lula e Dilma Rousseff só estão lá por conta de vitórias legítimas em eleições direitas -, podemos concluir que eles querem o mesmo. Estão derrubando um governo eleito democraticamente, para voltar ao poder e, pelo cenário atual, perpetuarem-se de forma vil e escusa.
Se nada for feito nos próximos três meses, ou até menos, viveremos numa “ditadura travestida de democracia”. Os velhos políticos corruptos, representantes das oligarquias, dos interesses dos bancos, grandes empresas, coronéis do passado, corruptos milenares desde a época do descobrimento, irão assumir as rédeas do nosso país novamente.
Caminhamos tão pouco em frente. São apenas pouco mais de 10 anos de luta contra a fome, contra a exclusão social a desigualdade, a falta de acesso a educação e Universidades… Demos passos tão importantes com as últimas administrações e agora tudo está em jogo. Podemos perder todos estes avanços e o respeito dos outros países do mundo. Iremos retroceder na história e pagaremos um preço alto por isso. Quem mais vai sofrer, novamente, serão os mais pobres, os negros, a parcela dos cidadãos mais necessitados…
Eu sempre fui e sempre serei contra a violência, mas estamos num momento crítico da história do país onde todas as alternativas devem ser analisadas. A cautela é importante, mas agir em tempo é muito mais. Urge uma ação daqueles que possuem melhores e maiores condições, sejam no âmbito legal ou legislativo, para barrar este processo. Caso contrário, enfrentaremos dias de muita luta e violência em todas as formas.
Parafraseando o corrupto dos corruptos durante a votação do impeachment: “Que Deus tenha misericórdia desta nação.”
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