Moda, fotografia, histórias reais – Festival Tribeca 2019 e o Hip-Hop
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#Internacional
O Tribeca Festival, que ocorre desde 2002 sempre em Nova York, foi criado para homenagear as vítimas do ataque de 11 de setembro de 2001 e um dos criadores foi o ator Robert De Niro. O evento tornou-se tradicional e hoje é um dos festivais mais badalados do mundo. Neste ano, o festival começou em 24 de abril e foi até 5 de maio.
O conteúdo dos filmes e documentários apresentados no Festival é bem variado. Tem esporte, música, drama, comédia, histórias reais, ficção etc. Dei uma olhada na programação deste ano e notei algumas obras que tem uma ligação com a Cultura Hip-Hop. Resolvi destacá-las para o público do BF, pois em breve alguns provavelmente estejam disponíveis em algum canal especializado ou até mesmo no Netflix.
The Remix: Hip Hop X Fashion – É um documentário que fala sobre a relação entre Hip-Hop e moda.
Dirigido e produzido por Lisa Cortés e Farah X, o filme se destaca de outros que tem o mesmo tema, pois não fica limitado a falar apenas da influência masculina na moda.
Todo mundo já sabe a forte influência de Dapper Dan nas roupas dos MCs, DJs, Grafiteiros e B.boys, mas as mulheres também tiveram a sua influência e isso não é muito falado.
Os homens também aparecem neste documentário, mas as principais personagens são mulheres como Misa Hylton e April Walker, que trabalharam e fizeram looks para muitas das grandes mulheres do Rap, como Lil’ Kim, Mary J. Blige e Missy Elliot. Depois da premier, foi realizada uma apresentação no Tribeca Festival, com a Rapsody e Big Daddy Kane. Também participaram da festa a DJ do Brooklyn Olivia Dope e o DJ e produtor 9th Wonder.
Devil’s Pie — D’Angelo – Só pelo título já dá pra saber do que se trata. O documentário fala sobre a lenda do R&B e traz seu nome e o título de uma das suas músicas mais famosas.
D’Angelo é cantor, compositor, multi-instrumentista e sua carreira foi meteórica. O documentário foi dirigido por Carine Bijlsma e traz imagens inéditas de shows, depoimentos e entrevistas bem sinceras do fenômeno da música, além de depoimentos de amigos como Questlove e Dave Chappelle. Tudo foi feito enquanto a diretora o acompanhava na montagem de uma turnê de retorno aos palcos.
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Martha: A Picture Story – Vejo esse como o mais ligado a Cultura Hip-Hop. Ele fala sobre a história da fotógrafa Martha Cooper. Para quem não conhece, vale muito a pena pesquisar sobre ela.
Martha foi fundamental na expansão da Cultura Hip-Hop pelo mundo. Sem ela, muita coisa teria sido diferente. A fotógrafa registrou momentos únicos, imortalizados em fotos que até hoje são compartilhadas, usadas em flyers, revistas, livros, capas de discos e até mesmo em memes. Muita gente sequer sabe que as fotos são dela.
A responsável por esse documentário biográfico é a australiana Selina Miles. Alguém precisava documentar a importância de uma fotógrafa que foi a lugares, como o sul do Bronx ou os estacionamentos dos trens à noite, numa época em que esses lugares e o que acontecia neles era ignorado. O mundo não fazia ideia do que estava acontecendo ali.
Cooper fotografou B.boys, B.birls, Grafiteirxs, DJs, MCs, o público, homens e mulheres. Muitos deles, que hoje se tornaram famosos mundialmente, nem sequer poderiam imaginar que aquela Cultura e suas manifestações artísticas fossem mudar os rumos da moda, da música e da arte em geral.
Martha esteve presente e fotografou os bastidores da gravação dos filmes Wild Style, Style Wars e Beat Street. Ela fez, com Henry Chalfant, o livro Subway Art, sua obra mais famosa é o Hip-Hop Files (2004). A fotógrafa também lançou um livro dedicado às mulheres, o We B*Girlz (2005).
Procure e se puder adquira ou assista qualquer uma das obras citadas. Pra mim foi um divisor de águas em relação ao meu entendimento sobre o que realmente é a Cultura Hip-Hop e não o que muitas vezes nós queremos ou achamos que ela seja.
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