Missy Elliott é a primeira mulher do Hip Hop a entrar para o Hall da Fama de compositores
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Trajetória de Missy Elliott é exemplo da luta das minas no Rap, gênero dominado pela presença masculina e pela reprodução de discursos machistas
Essa primeira quinzena de junho de 2019 foi de vitórias e reconhecimento para a Cultura Hip Hop, principalmente para dois artistas. No dia 11, terça-feira, DJ Grandmaster Flash foi premiado com o Prêmio Nobel da Música na Suécia. E, na virada de quinta (13) para sexta (14), no Marriott Marquis Hotel, em Nova York, Missy Elliott, 47, foi a primeira MC a ser incluída no Hall da Fama dos Compositores. Do Rap, apenas Jay-Z (2017) e Jermanie Dupri (2018) faziam parte deste seleto clube.
Para Elliott, é a segunda grande conquista neste ano. No dia 11 de maio, ela recebeu da Universidade de Música Berkleede Boston, o título honorário de Doutora em Música, tornando-se a primeira artista do Rap a receber esse diploma.
O anúncio da sua inclusão no Hall da Fama dos Compositores foi feito em 12 de janeiro, em Nova York, e essa conquista se deve a sua contribuição como compositora por 20 anos seguidos. Elliott não é apenas compositora das músicas que grava em seus discos, ela também já compôs músicas para artistas, especialmente mulheres, como Beyoncé, Whitney Houston, Ciara, Destiny’s Child, SWV, Mary J Blige, Aaliyah e muitos outros. (ouça a playlist que montamos)
Na cerimônia, foram feitas muitas homenagens para Missy Elliott, incluindo um depoimento em vídeo de Michelle Obama e uma apresentação da rapper Lizzo. A entrega do prêmio foi feita por Queen Latifah, que além de amiga é uma das referências de Elliott. A compositora premiada se emocionou em seu discurso de quase dez minutos em que lembrou da infância, contou histórias e, entre tantas coisas, disse:
“Eu quero dizer uma coisa para os compositores, para os futuros compositores: ‘Não desistam’. Todos nós passamos por bloqueios compondo. Às vezes você só precisa se afastar de um disco e voltar para ele. Mas não desistam porque estou aqui. E isso é ótimo para o Hip Hop também.”
Elliott também fez referência à sua luta contra um problema de saúde que foi diagnosticado em 2008. A rapper tem a “doença de graves”. O Hip Hop deve muito a esta mulher que sempre ressalta em seu trabalho, seja ao vivo ou em vídeos, os elementos da nossa Cultura, principalmente o Breaking e suas variações.
A trajetória de Missy Elliott é um exemplo da luta das minas no Rap, gênero dominado pela presença masculina e pela reprodução de discursos machistas.
O Hall da Fama dos Compositores foi criado em 1969, portanto, esta edição foi também uma comemoração de seus 50 anos. Os outros premiados da noite foram: Dallas Austin, Missy Elliot, Tom T. Hall, John Prine, Jack Tempchin, Yusuf / Cat Stevens.
Assista ao vídeo com parte do discurso
http://www.youtube.com/watch?v=r5batP9hl0Q
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