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Hip Hop Feminino entrevista Simony MC

Hip Hop Feminino entrevista Simony MC

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“Não falo mal das mulheres nas minhas letras, já temos os homens pra fazer isso.”

Por: Nerie Bento, Hip Hop Feminino

Ela começou sua carreira escrevendo letras sobre o cotidiano de uma adolescente da periferia. Ao se tornar mãe, deixou o rap um pouco de lado, mas, como a cultura hip hop faz parte de sua essência, voltou em 2011. No mesmo ano, entrou para o grupo Hulda, onde ficou por três anos. Hoje segue carreira solo. A guerreira de hoje é SIMONY MC. Criada na Brasilândia, a rapper faz de suas canções uma forma de lutar pelo que acredita. Simony diz não ter fãs e sim pessoas que se identificam com seu trabalho, seu novo single “Não pago simpatia” diz muito a respeito de como ela se posiciona dentro da cena. Seu estilo é fazer rap de rua, pois é de onde o movimento surgiu. Confira na integra esta entrevista e conheça um pouco mais do seu trabalho.

Apresentação
Simony Marques, mais conhecida como Simony MC, tenho 28 anos e canto desde os 15. Ainda muito nova eu corria para as festas de rap que aconteciam no meu bairro, o Jardim Guarani, Brasilândia, na zona norte de São Paulo . Comecei a compor minhas primeiras letras contando sobre o cotidiano de uma adolescente da periferia. Logo mostrei aos amigos DJs, principalmente o DJ Beto, do Elisa Maria , que começaram a me convidar para cantar nas quermesses e festas do bairro. Assim começou, depois me tornei mãe e o rap ficou um pouco de lado. No ano de 2011, voltei cantar no grupo Hulda e fiquei na formação por 3 anos. Hoje estou seguindo solo em um projeto totalmente autoral que acredito muito.

Processo de criação
Sempre escrevo sobre minhas historias, como mulher, mãe, como ser humano, também sobre coisas e causas que acredito, injustiças que vejo acontecer. Acho que não tem muito critério para compor, vem a mensagem… A gente escreve, mas faço das minhas canções uma forma de lutar pelo que acredito e fortalecer os nossos, igual eu era e sou ao ouvir rap.

Relação com fãs
Normal , não tenho fãs , tenho pessoas que gostam e se identificam com meu trampo , parceiros e parceiras que só fortalecem.

Projetos
Nome do trabalho atual , é a musica “Não Pago Simpatia”, acabei de lançar o som e o videoclipe, trabalho que foi produzido pelo rapper Pirata, com participação do grupo Identidade e Movimento, minha parceira Karina, mano Rodrigo que representam demais, eles fizeram toda diferença .

Estilo
Meu estilo no movimento é fazer o ‘rap rua’ , fortalecendo a essência da minha cultura e jamais esquecendo as ruas de onde o movimento surgiu e precisa permanecer . O hip hop salva, eu sou fruto do movimento , agora minha cara é fazer minha parte pelo rap, pelos nossos, pelas ruas.

Influências e referências musicais
Ouço de tudo, lá em casa cresci no samba que amo muito também, e nos meus fones vou de James Brown até Dina Di , de Norma Norr até Luiz Melodia, de Lauren Hil até Jorge Aragão. Gosto de música .

O HHF
Dar visibilidade as irmãs que estão no movimento para conhecermos o trabalho umas das outras e também nos unir, e assim nos fortalecer nas nossas lutas que é para além do hip hop.

O espaço da mulher dentro do Hip Hop
Hoje a cena de nós mulheres está forte, ainda são varias causas que precisamos discutir , mas na cena nós criamos nosso caminho e hoje os espaços estão aí. Precisamos ocupar e gritar alto pra mostrar porque viemos. Não falo mal de mulheres nas minhas letras, já temos os homens para fazer isso. Se a gente se unisse em um todo ia ser mais foda .

Indicações
Vou indicar minha amiga, parceira e irmã, Cintia Neves, mais conhecida como Cy Black, vocalista no grupo Impacto Norte. A Valery, b.girl e irmã que está na luta também, fortalecendo o movimento. As Lavadeiras, irmãs feministas e pesadas demais no movimento, mogianas e fortes na cena .

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