Estúdio BF: Mema Fita na cena
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Mema Fita é o novo nome do rap da zona sul de São Paulo. Representante dos trabalhos ligados aos coletivos, o rapper de rima feroz e instrumental refinado mostra que veio pra causar perigo. Ao lado do veterano DJ Nando, figura conhecida no extremo sul da capital, Mema Fita apresenta “Mema Fita & Dj Nando-aMemaFitaMixada“, mixtape gravada no Estúdio BF, ramificação sonora do Bocada Forte. O trabalho ainda tem produção do Espaço Comunidade e da produtora Coleta Filmes. A mixtape tem participações de DRXIII, Duzão, Mano Px e Lucas Guerreiro Nato, Cicerone Mc e Negro Sam. Os beats são de Pedro Dom, Denny Mendoza, FRK e KherbKut, de LA (EUA). Conheça um pouco das ideias de Mema Fita.
BOCADA FORTE: Seus instrumentais utilizam muito jazz, mas seu discurso é forte e periférico. Fale um pouco dessa mistura que é seu rap.
Mema Fita: Eu procuro narrar o cotidiano de uma forma mais agradável, acredito que a música tem que ser uma coisa suave aos ouvidos. A questão do conteúdo forte e periférico é somente reflexo atual do mundo em que vivo, do mundo que vejo. Tento manter essa harmonia entre o agressivo e o agradável. Acredito que assim as pessoas que não escutam rap possam vir a conhecer e entender a mensagem a ser passada.
BOCADA FORTE: Deu muito trabalho pra montar a mixtape? Como foi o processo de gravação e edição do DVD?
Mema Fita: A mixtape foi gravada toda em uma linha só. Todos os MCs na cápsula somando nos reforços e participações. A idéia é passar para o público uma outra visão de produção, mais próxima do MC, sem muita edição. O trabalho de edição de imagens para o DVD foi feito pela rapaziada do Coleta Filmes, produtora independente da zona sul de São Paulo. Os caras somaram nesse projeto.
BOCADA FORTE: Você acha que o rap pode voltar a ter popularidade e circular entre os mais jovens que curtem funk?
Mema Fita: Sim, acho que depende só da gente que é do rap. Os caras do funk pregam uma ideologia que eu não concordo, mas você concorda comigo que os caras são unidos, acho que por isso conquistaram essa força num período de tempo tão “curto”. O fato de o Brasil ser o país da festa, do carnaval e toda aquela ideia, acho que colaborou bastante pra esse crescimento, o povo gosta de bagunça. Só que o preconceito com o rap já não é o mesmo comparado com o passado, as portas estão se abrindo, o sistema sentiu a nossa presença. Tudo depende de um processo de reeducação musical, moral e social, mas eu acredito sim.
Por: DJ Cortecertu
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