Sessão do Malungo: Fábio Emecê fala sobre novo EP e lançamento de livro
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Há seis anos, Fábio Emecê, MC, ativista e professor, faz um trabalho de pesquisa e divulgação da memória afro por meio da Sessão do Malungo, trabalho que, segundo Emecê, “torna acessível as músicas de África a um público mais diverso e mostrar a linha do que é cultura preta, suas similaridades, confluências, compartilhamentos e envolvimentos”.
O MC acaba de lançar seu novo trabalho no rap, o EP “Disruptivo Volume 01” e, no início do ano, Fábio Emecê também publicou o livro de poemas “Sujeito-Sujeito”. Saiba mais na entrevista que o artista concedeu ao BF.
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Bocada Forte: Quando começou a Sessão do Malungo?
Fábio Emecê: A Sessão do Malungo começou em 2015, em Cabo Frio, para compor um evento chamado “Interferência Afro-Urbana”, do Coletivo Griot . Pesquisa, difusão e memória em tradições afro em que se tinha rodas de capoeira, jongo, coco e ciranda…e o fechamento sendo um baile, aí entrava a Sessão do Malungo, com a “discotecagem/selectagem” minha.
BF: Qual o motivo desta iniciativa?
Fábio Emecê: O motivo básico é difundir a pesquisa que faço de músicas de África e diáspora. Tornar acessível a um público mais diverso e mostrar a linha do que é cultura preta, suas similaridades, confluências, compartilhamentos e envolvimentos.
BF: Dessa forma, além da internet, houve intervenções presenciais?
Fábio Emecê: Sim, ela começou como intervenção presencial, é constante na rede, mas ter intervenção presencial é parte fundamental do projeto. Já toquei em algumas cidades do interior do Rio: Campos dos Goytacazes, Macaé, Rio das Ostras, Búzios, Arraial do Cabo e sempre em Cabo Frio.
BF: Fale um pouco sobre seu livro
Fábio Emecê: O livro é o primeiro físico, sendo que já tive a experiência de lançar alguns virtuais. Sujeito-Sujeito são poemas de afirmação de um eu lírico que reivindica sua historicidade além do desvio, da anomalia, da experiência de sua história ser contada por outros. Sujeito-Sujeito é o sujeito protagonista da sua própria história e a poesia o meio escolhido para demonstrar essa afirmação.
O livro custa 30 reais, mais 10 reais de envio para qualquer canto do Brasil, lançado pela Cafofo Selo e Editora, em que eu estou capitaneando, para lançar meus trabalhos literários e outros trabalhos contra-hegemônicos, pretos, contra-coloniais. Quem quiser adquirir, pode mandar um e-mail cafofoseloeeditora@gmail.com ou segue no Instagram @cafofoseloeeditora e chama no direct.
BF: Fale um pouco sobre o EP Disruptivo Volume 01.
Fábio Emecê: Este trabalho virá em 3 volumes com 3 músicas cada. O primeiro tem produção executiva de Dudu Foxx do selo Área Restrita, participação da Adeolá e arte de Sanderson Lucas. O disruptivo é aquele que rompe ou altera os processos estabelecidos, os processos limitadores da existência. Fazer rap e não ter essa consciência é deixar passar batido o potencial que está em suas mãos…e nossos tempos precisam de ruptura com o senso comum. Por isso o EP.
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