#SérieEscritorasNegras | Elizandra Souza segue contra o silenciamento
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Escritora, jornalista, poeta e ativista, Elizandra Souza é uma voz marcante da literatura brasileira contemporânea e respeitada na cultura Hip-Hop. Iniciou sua trajetória em 2001 com o fanzine Mjiba, dedicado à difusão de reflexões sobre a mulher negra e temas sociais. A publicação circulou até 2005, mas seu impacto segue ecoando.
Seu envolvimento com os saraus, especialmente a Cooperifa, que começou a frequentar em 2004, também foi decisivo para consolidar sua presença na cena literária. Desde jovem, Elizandra encontrou na cultura hip-hop não apenas inspiração, mas uma base que moldou sua escrita e seu ativismo, conectando arte e resistência.
A ancestralidade, a identidade afrobrasileira e as questões de gênero são os pilares de sua obra. No livro Águas da Cabaça (2012), por exemplo, a autora aborda a violência contra a mulher negra e discute o racismo e o machismo como estruturas históricas que ainda perduram.
Elizandra é integrante do Sarau das Pretas desde 2016 e assina uma série de publicações que destacam as vivências e lutas das mulheres negras. Entre suas obras estão Quem Pode Acalmar Esse Redemoinho de Ser Mulher Preta (2021), Punga (2007, em coautoria com Akins Kintê) e os livros organizados pelo coletivo Mjiba, como Pretextos de Mulheres Negras (2013) e Literatura Negra Feminina: Poemas de Sobre (Vivência) (2021).
Sua contribuição para o fortalecimento da literatura negra também se estende para projetos coletivos. Elizandra coorganizou obras como Narrativas Pretas – Antologia Poética do Sarau das Pretas (2020), Publica, Preta! – Manual de Publicação Independente (2022) e Orikis – Sarau das Pretas (2023).
Com um percurso que une literatura, ativismo e coletividade, Elizandra Souza segue sendo uma referência para a literatura negra e feminina no Brasil, promovendo vozes, histórias e identidades que desafiam o silenciamento histórico.
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