Resistência Sonora #15 | Entrevista com Opanijé
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Formado por Lázaro Erê, Rone Dumdum e DJ Chiba D, o Opanijé é muito maior e mais importante do que boa parte dos artistas de Rap que surgiram nos últimos anos. Claro que se você faz parte dos que medem grandeza e importância pela frieza de números que podem ser manipulados e comprados, vai discordar e entendo isso perfeitamente. Eles são de Salvador (Bahia), começaram essa caminhada em 2005 e apenas em 2013 lançaram o primeiro álbum, que traz no título o nome do grupo. Nome esse que foi escolhido pela sonoridade e é também um acrônimo para ‘Organização Popular Africana Negros Invertendo o Jogo Excludente’. Além disso, Opanijé é também um toque usado no Candomblé para o Orixá Omolu, até por isso a música do grupo que traz esse toque na abertura se chama “A cura”.
Ouça o álbum Opanijé
Conversei por mais de uma hora com Lázaro e Chiba, infelizmente Rone teve problemas com a internet e não conseguiu participar, mas inseri no vídeo alguns trechos de rimas suas para compensar essa falta. Ainda sobre grandeza e importância, não me refiro apenas ao trabalho musical quando afirmo isso, mas também ao conhecimento, vivência, sabedoria e a história que continuam ajudando a construir, a história do Hip Hop brasileiro e baiano. A primeira vez que vi o nome de Lázaro Erê foi em um fanzine de 1997, que chegou às minhas mãos pelos correios graças a Jorge Hilton (Simples Rap’ortagem). Chiba conheci algum tempo depois, através do Bocada mesmo e era com ele que eu mais conversava, na época usávamos o MSN.
Confira o último vídeo do Obi’Ebó
A conversa foi muito boa, eles falaram sobre a caminhada individual e com o grupo, a Posse Ori, os encontros no Passeio Público, Movimento Hip Hop Baiano, e também sobre um trabalho paralelo de Lázaro e Dumdum, o Obi’Ebó. Projeto que ainda conta com o rapper Besoro e Tauamim Kuango, pra mim uma das melhores coisas que ouvi na música brasileira atual. Assista, saiba mais sobre os manos e ainda conheça uma história real, inusitada e engraçada das “aventuras” de Mos Def na Bahia.
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