Explorar temáticas profundas e simbólicas que dialogam com a transformação pessoal e artística é algo comum na correria da maioria dos MCs que lutam atualmente entre as regras das redes sociais e a integridade artística. O Bocada Forte registra muitos trampos feitos nesta pegada.
No álbum “Lordini”, de Grim Moses (Arinona-EUA) em colaboração com ArtLords, a proposta se baseia em um conceito alquímico: o título faz referência ao processo de transformação de um metal bruto na pedra filosofal, simbolizando uma evolução espiritual e criativa.
Segundo Grim Moses, “Lordini” reflete a jornada de autodescoberta e a materialização de uma visão artística, desafiando tanto as limitações impostas pela indústria quanto as barreiras internas que podem surgir ao longo dessa trajetória. A cena brasileira está cheia de exemplos semelhantes.
No que diz respeito à sonoridade, Grim Moses continua fiel às raízes do boom bap, estilo que ele adota desde antes de seu ressurgimento como tendência. Suas rimas também miram o cenário rap e atingem os clones do hip hop.
Em “Lordini”, Grim conta com participações de New Villain e Young Stadix, que trazem contribuições em faixas como “Phantasm” e “Malin”. A audição deste álbum está sendo feita num dia nublado e frio, um clima perfeito para curtir a densidade dos samples em um bpm mais baixo, uma das características do trampo.
