Memória BF | KRS-One e mais um clássico eterno do Boom Bap, ou do ‘Bom Rap’
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Em 10 de outubro de 1995, nascia oficialmente mais um clássico, o segundo disco solo do KRS-One. O álbum leva o seu nome, mas antes de ser lançado já havia sido divulgado que o nome seria ‘Hip-Hop Vs Rap’. Algumas faixas também já haviam sido anunciadas e acabaram não entrando no disco. CD e vinil têm diferenças na quantidade, na relação das músicas e interlúdios.
O CD saiu com 14 músicas, o vinil tem 15, as faixas que não estão no vinil são: “Ah-Yeah”, “Hold”, “Health, Wealth, Self” e todos os interlúdios. As faixas que não estão no CD, são 4 regravações do Boogie Down Productions: “I’m still #1”, “My philosophy”, “Jack of spades” e “Why is that”.
No CD, entre as faixas, os interlúdios são de nomes importantes do Rap mandando um salve pra ele. Na produção, além do próprio KRS, predominam DJ Premier, Diamond D e Showbiz. Sou suspeito para falar sobre as músicas, acho um dos melhores discos dele e acrescento que as músicas que ficaram de fora do vinil, são as mais fraquinhas. Essas músicas não fazem falta nenhuma. Regravar as quatro músicas do BDP e colocar no vinil foi uma ótima ideia, até porque a qualidade do vinil em si está muito melhor que a qualidade dos vinis do BDP, que são de uma outra época, até porque em vinil é um álbum duplo.
Assista ao vídeo da “MCs act like they don’t know”
Foram apenas dois singles lançados, mas pelo menos umas cinco músicas, no mínimo, podem ser consideradas grandes clássicos. Os singles, ambos produzidos pelo DJ Premier, são: “Rappaz R. N. dainja” – a colagem da música “Skills” do Gang Starr, o Premier tirou daí. O outro é um clássico entre os clássicos do Rap, “MCs act like they don’t know”, produção pesada do Premier, com a introdução do KRS inspirada na “The Breaks” de Kurtis Blow – “Clap your hands everybody if you got what it takes / ‘cause i’m KRS and i’m on the mic, and Premier’s on the breaks”. As participações não são muitas, mas O MC escolheu o pessoal mais novo, que vinha sendo revelado durante a Golden Era. Dos que até hoje são lembrados como grandes nomes, tem Fat Joe na “De Automatic”, Das EFX na “Represent the real Hip Hop” e Busta Rhymes em “Build ya skillz”.
Assista ao vídeo de “Rappaz R. N. dainja”
A dupla Channel Live, que ficou meio esquecida na história, era formada por pupilos do KRS e participaram da “Free Mumia”. Apesar de ter no título e no refrão uma referência direta ao preso político, ex-Pantera Negra, Mumia Abu Jamal, fala pouco sobre ele, o nome serviu mais como uma metáfora pra comparar a uma suposta “prisão” que ele achava que o Hip-Hop estava sofrendo (a música tem uma outra versão, com alterações em algumas partes da letra, uma versão “mais leve”). Mad Lion, lenda do ragga e também um membro da BDP Crew, participa da “Wannabemceez”.
Minha música preferida é a “Out for fame”, foi dedicada aos Graffiteiros. KRS também foi um e ele cita diversos nomes nas rimas, como a lenda dentre as lendas, o grande Dondi – Zephyr, Fab 5 Freddy, Futura 2000, entre outros, também são citados. Na época dessa música o Graffiti ainda caminhava para o reconhecimento mundial de hoje em dia, onde artistas fazem exposições, vendem telas, quadros e pintam murais, prédios e tudo mais. KRS cita que o Graffiti é marginalizado porque ainda não rende milhões, assim como foi com o Rap, mas quando render milhões também será aceito. Mas a mensagem da música, é que independente de qualquer coisa, quem é de verdade segue mantendo a raiz, sem se preocupar com a fama.
Ouça o álbum na versão CD
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