Bocada Forte 2022: Hip Hop Político, Clássico e Underground
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O ano de 2021 apresentou muitas dificuldades e desafios aos artistas, produtores, militantes, comunicadores e coletivos periféricos. E não citamos o termo periférico apenas para designar os habitantes pertencentes às bordas das cidades brasileiras, que diariamente são obrigados a viver com o no pior que estas regiões têm. Existe uma periferia na cultura de rua, no rap e no hip hop.
Lá estão os sujeitos de uma história que representa a base de muitas movimentações sociais e artísticas, mas também é um local que se desenvolve longe dos milhares de likes e milhões de visualizações, que definem o acesso ao mundo dos mais falados, repercutidos, contratados e que recebem convites para parcerias com grandes empresas.
A questão aqui não é condenar os poucos que têm acesso ao mundo econômico e de legitimidade que parte do rap e do trap construiu durante anos. Em qualquer cena é assim, por diferentes critérios temáticos e estéticos e réguas de medição de valores. A maioria continuará sobrevivendo e levando sua arte num espaço restrito, de menor alcance, mas que tem um enorme valor. Afinal, muitos que estão no andar de cima da chamada música urbana saíram da base, fruto de seus próprios esforços, mas também como resultado do trabalho dos elementos, ferramentas e, principalmente, pessoas que formam a chamada resistência.
Resistência, base, cultura são palavras repetidas em diferentes situações, composições, palestras, mas como nem sempre estão ligadas ao valor construído pelo mercado, são tratadas como parte de um vocabulário inocente, de uma visão limitada da realidade, que não traz mobilidade social.
Dinheiro é fundamental? Sim, é. A busca por uma vida melhor é a missão de todos os envolvidos em diferentes áreas da cultura de rua. Viver de seu trabalho artístico é algo muito difícil. Ter uma posição crítica diante da realidade atual também é.
Valorizar o que é construído na base deve ser uma das principais metas de um veículo que afirma ser alternativo. Esta é uma missão do Bocada Forte, desde 1999.
Que venha 2022, para enfrentarmos os novos desafios!
Bocada Forte: Hip Hop Político, Clássico e Underground
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