Memória BF | Black Moon, Eazy-E, Mos Def e Pharoahe Monch. O encontro dos clássicos!
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Hoje, 19 de outubro, é mais um daqueles dias que ficam marcados por alguns discos clássicos terem sido lançados no mesmo dia, em anos diferentes. No dia de hoje, mas em 1993, Eazy-E lançava o EP ‘It’s On (Dr. Dre) 187um Killa‘ e o Black Moon colocava na rua seu primeiro álbum, o ‘Enta Da Stage‘. Já em 1999, Pharoahe Monch estreava em carreira solo com o álbum ‘Internal Affairs‘. Por fim, em 2004, Mos Def lançava seu segundo álbum, ‘The New Danger‘*.
Desta vez não será um raio-x, nem um review completo, apenas informações essenciais, o streaming dos álbuns e os links para os vídeos. Por onde começar? Vamos apelar para a ordem alfabética. Confira!
Artista: Black Moon
Título: Enta Da Stage
Gravadora: Nervous Records
Formado por Buckshot ‘Shorty’, 5 ft ‘Acceletator’ e DJ Evil Dee, o Black Moon é o grupo mais conhecido da Crew Boot Camp Clik (B.C.C). O álbum de estreia foi todo produzido por DJ Evil Dee e Mr. Walt (Da Beatminerz). O disco não foi bem em vendas, mas pode ter certeza que hoje em dia alguns DJs pagariam bem para ter uma cópia desse álbum.
O álbum saiu antes de todos os grandes clássicos da Golden Era, em 19 de outubro de 1993, talvez se fosse lançado um ano depois teria uma recepção melhor, afinal Nas, Notorius e Wu-Tang teriam deixado o caminho mais fácil.
Este trampo marca a estreia da dupla de produtores Da Beatminerz e também a união de sucesso entre Buckshot e Dru-Ha, que criaram a Duck Down para cuidar de todos os lançamentos da B.C.C. As participações, além do já citado Dru-Ha, são de Havoc (Mobb Deep) e Smif-N-Wessun. Os singles se tornaram 4 clássicos do Rap, assista os vídeos e entenda o clima e o quanto eles eram underground.
Singles: “Who got da props?”, primeira gravação deles, lançado originalmente em 1992 (clique e assista ao vídeo); “How many MCs…” um dos maiores clássicos do grupo (assista ao videoclipe); “I got cha opin (remix)”, essa versão não está no álbum e é outro grande sucesso do grupo (assista ao clipe) e “Buck em down (remix)”, essa também não é a versão que está no álbum e é outro grande sucesso (assista ao vídeo).
Ouça o álbum completo
Artista: Eazy-E
Título: It’s On (Dr. Dre) 187um Killa
Gravadora: Relativity / Epic / Ruthless
Não sou fã do que chamam de “gangsta rap”, mas é preciso reconhecer a importância de Eazy-E, para o bem e para o mal. O que era pra ser um álbum duplo, virou um EP com 8 faixas. Como ele foi citado por Dr. Dre no ‘The Chronic’, este trabalho foi uma declaração de amor, ou melhor, uma resposta ao Dre, que é citado em quase todas as músicas, assim como Snoop e a Death Row.
Lançado em 19 de outubro de 1993, foi o último trabalho que Eazy conseguiu finalizar antes de sua morte, em março de 1995, aos 30 anos de idade. Este álbum acabou sendo o mais bem sucedido da sua carreira solo, as tretas sempre ajudando nas vendas.
As principais participações estão nos dois singles, são os irmãos B.G. Knocc Out e Dresta na clássica “Real muthaphuckkin G’s”. Nem precisa saber muito de inglês pra entender o recado que eles deixaram para Dre e companhia (assista ao vídeo). O outro single é “Any last werdz”, que conta com a participação de Cold 187um (Above The Law) e Kokane, esse último já fez diversas participações, seu vocal é no estilo do Nate Dogg (assista ao vídeo).
Ouça o EP completo
Artista: Mos Def
Título: The New Danger
Gravadora: Rawkus and Geffe
Este é o segundo álbum da carreira solo de Mos Def. Marquei um asterisco lá no início da matéria, porque esse álbum foi lançado em 12 de outubro de 2004 nos Estados Unidos. Como seu primeiro disco, o ‘Black on Both Sides‘, foi lançado no mesmo dia, mas em 1999, a correria não permitiu escrever sobre os dois no mesmo dia. Ou era um, ou outro. A data de 19 de outubro, se refere a versão do disco lançada no Reino Unido. Então melhor esperar e colocar ele aqui, afinal o outro disco estava completando 20 anos e merecia uma atenção melhor. ‘The New Danger’ até que foi bem comercialmente, um sucesso parecido com o do seu disco de estreia, mas não gerou a mesma quantidade de clássicos para o Rap.
Os conservadores do Rap não curtiram muito. Aqui mesmo, no Bocada Forte, DJ Tamenpi escreveu em sua coluna de 22 de outubro de 2004: “Como o disco é muito eclético, acho muito difícil os “puristas” do Rap gostarem, pois na verdade, pode-se dizer que não é um disco de Rap, mas sim um disco do Mos Def e ponto.” Eu concordo. O disco é musicalmente muito bom, talvez um pouco confuso para quem esperava algo parecido com o Black Star ou os clássicos do seu primeiro álbum.
Os produtores foram ele mesmo, Kanye West, 88-Keys, Minnesota, Warryn Campbell, Psycho Les e Easy Mo Bee. Neste álbum ele fez muitas faixas com a participação da sua banda de rock, o projeto Black Jack Johnson. Foram apenas dois singles – “Sex, Love & Money” (assista ao vídeo) e “Close Edge”.
*Só pra constar, este flyer acima, é o original da divulgação do lançamento na Europa. Não faço ideia de como isso veio parar no Acervo do BF, mas nós temos. Digitalizei para não parecer que estamos manipulando datas. Sempre procuramos pesquisar as datas dos discos. Em muitos encontramos divergências, mas o importante é que fique registrado a lembrança sobre grandes obras.
Ouça o álbum (só falta o bônus da versão inglesa, “Jump off” part. Luda Cris)
Artista: Pharoahe Monch
Título: Internal Affairs
Gravadora: Rawkus Records e Priority
Este é o primeiro álbum solo de Pharoahe Monch. Ele está entre os MCs mais diferenciados e habilidosos nas rimas e nos flows. O disco tem mais de 20 anos, mas nem parece. Discos atuais não são tão evoluídos quanto este, que foi lançado em 19 de outubro de 1999.
Os produtores são o próprio Monch, Lee Stone, Diamond D e DJ Scratch. As participações são muitas: Lady Luck, Method Man, Redman, Shabaam Sahdeeq e Busta Rhymes participam todos juntos na versão remix do single e clássico eterno do Rap “Symon says” (assista ao clipe da versão sem as participações). As outras participações são Canibus, Common, Talib Kweli, Apany B., M.O.P e o seu parceiro no Organized Konfusion, Prince Po. Do total de 15 faixas apenas três foram singles, a já citada “Symon says”, a “Right here (remix)” e a “The light” (assista ao vídeo).
É preciso destacar a música “The next shit”, onde ele divide as rimas e o refrão com Busta Rhymes, dois dos MCs com os flows mais ‘lokos’ da história juntos.
Ouça o álbum completo
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