Tradução | Ralph McDaniels, historiador do Hip Hop, define o tom da cultura
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Por Cassell Ferere (Reverie Page) em parceria com Kulture Hub
Ralph McDaniels é uma lenda certificada do Hip Hop e ele tem o catálogo para provar isso. Capturando a cultura Hip Hop para os vários meios de comunicação com os quais ele trabalhou e como o cérebro por trás do Video Music Box, McDaniels acumulou um conteúdo raro da educação do Hip Hop nas ruas da cidade de Nova York.
Imagens e vídeos dos grandes nomes da cultura de rua durante suas apresentações e outras cenas. O nome de Ralph McDaniels ainda tem um valor sentimental para aqueles que fizeram a lição de casa quando se trata do surgimento do Rap.
Interessado pela vibração que o Hip Hop trouxe para as ruas da cidade de Nova York e para os bairros de onde se originaram, Ralph viu uma oportunidade de se envolver. Não como rapper, DJ ou produtor, mas como documentarista.
Ele teve a visão e a previsão de que esse nascimento do Hip Hop precisava ser documentado. Atuando como antropólogo nesta era da história do Hip Hop, a perspectiva desse gênero musical era autêntica, pois o vídeo de Ralph tocava os videoclipes incomuns em canais secundários da TV aqui na cidade de Nova York.
Crescendo no Hip Hop
McDaniels cresceu em uma era muito antes do Wi-Fi e do digital. As festas eram organizadas com pouca ou nenhuma presença de marketing, pois era necessário saber qual era a peça da noite.
Qualquer esforço para reunir uma grande multidão teria que suportar semanas de promoção para fazer com que milhares aparecessem. Os flyers eram raros, mas quando circulavam, DJs e dançarinos eram os primeiros a saber e o promotor convocava sua multidão. Sem internet para contar a ninguém.
Ralph estava trabalhando com outra visão, mas acreditava que havia um mercado que precisava disso. Um mercado que precisava ver o Hip Hop. Com a câmera, McDaniels encontraria seu chamado.
“Era necessário conhecer a base. Pessoas que se conheciam… O Hip Hop e a música underground não foram promovidos no rádio. Então, você não ouvia sobre isso no rádio. Naquela época, esse era o único caminho.”
Ralph afirmou,
“Os dançarinos conheciam todos os DJs, você sabe. Todos os grafiteiros podem conhecer os promotores. Foi assim que começou.”
Bem-vindo à festa
As festas aconteciam por toda a cidade, em locais que não existem mais hoje. As histórias eram contadas apenas do ponto de vista dos OGs. Do túnel e do bairro latino de Manhattan até o The Ark do Brooklyn, Ralph estava lá, para citar alguns picos. Câmera na mão e sempre no meio da multidão recebendo conteúdo, McDaniels era um membro ativo da comunidade Hip Hop.
Seu amor pela documentação o levou às portas de locais famosos e, com facilidade, ele navegava na cena e capturava os momentos e as interações mais despretensiosas dos pioneiros na cultura Hip Hop e de rua.
O amor veio com longas horas dedicadas à captura e edição de imagens. Ralph ficava acordado a noite toda.
“Gravando na madrugada, uma da manhã. Às três horas, entrávamos e saíamos. Às oito da manhã, terminávamos de editar para colocar na TV naquela tarde. Então você tinha que esperar! Você não podia apenas publicar como faz agora. Você tinha que esperar pelo seu horário.”
Video Music Box Television
“Minha primeira ideia foi veicular meus registros na TV. Essa foi a coisa mais importante. Ninguém mais estava colocando isso na TV. Então, foi revolucionário fazer algo assim.”
A estação local era a TV de Nova York e conectou a comunidade Hip Hop através da diligência de Ralph. Ele entrava e mantinha essa rotina de entrevistar rappers e patronos de Hip Hop enquanto documentava e fornecia um palco para a geração de talento em um grupo carente de música.
Ele então criou uma plataforma para artistas e seus videoclipes, algo novo na época, para ter uma casa e os fãs poderem conferir. O Video Music Box nasceu da batida da cidade de Nova York naquela época.
Uma ‘verdadeira forma de arte’, como Ralph se refere a ela. Ele viu a exposição como uma oportunidade de expressar questões políticas e sociais entre essas facções. Concedendo a oportunidade, ele não apenas foi pioneiro no Hip Hop, mas também estava criando uma plataforma para quem é daqueles locais em busca de inspiração.
Trabalhando em estreita colaboração com o Kool DJ Red Alert naqueles anos, os dois eram pontos de venda para os MCs mais talentosos da cidade, para ouvir e conferir seu estilo e mensagem. Eles nutriram carreiras como a de Fat Joe.
Joe lembrou: ‘para esses caras, acredite ou não, Fat Joe is Little Joe’.
E ele diz: “esse homem literalmente mudou minha vida – eu dei a [Red] minha demo e lembro que ele não tocou por dois meses, eu estava no projeto Forest, e estava gripado e do nada, começou a tocar no alto-falante – e eu pulei no teto. Peguei o alto-falante e joguei pela janela.”
“Comecei a gritar, ô! O Red Alert está tocando meu som! ‘. Para encurtar a história, essa música – descanse em paz Chris Lighty – acabou sendo “Flow Joe”, que foi meu primeiro single de todos os tempos. [Red Alert e Ralph McDaniels…]“
Geração seguinte
Hoje, Ralph é o que as novas gerações têm a oferecer e tem ouvidos ao ritmo. Embora demore um pouco para que os novos sons repousem em seus ouvidos organicamente, ele sempre pode conectar os pontos de sua época às vibrações de hoje.
Artistas como Koffee ressoam com Ralph. Talentos como o dela são um som de Hip Hop fretado nas influências do reggae do início dos anos 90 e no Hip Hop.
Isso incluiu os sons bombásticos de Shaggy, Shabba Ranks, Buju Banton e Supa Cat, que colaboraram com o Notorious B.I.G. e Puff Daddy no início de suas carreiras. Os artistas de hoje usaram essa fórmula várias vezes.
Enquanto eu investigo mais sobre os planos de Ralph para a indústria do Hip Hop hoje, ele insistentemente responde: ‘Sim, essa é a chave para tudo’. O VideoMusicBox.com está se preparando para ser o centro digital dessa filmagem rara e invisível. Ele afirma que esse projeto funcionará como uma organização sem fins lucrativos e arquivo para preservar a cultura Hip Hop.
Acredite no Hype
Ralph capturou freestyles of Ol’ Dirty Bastard, entrevistas com LL Cool J e Jay-Z em apresentações de clubes que são com certeza lembranças.
Ralph McDaniels tinha um plano o tempo todo, atravessando a cena do Hip Hop por gerações. Ele quer manter essas memórias como uma moeda histórica à qual podemos sempre nos referir como nosso santo graal. McDaniels se define como um ‘Progressivo Cultural’ sempre sintonizado com algo novo.
E um centro histórico para o Hip Hop é exatamente isso.
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