Tá compensando acompanhar o Globo de Ouro 2019?
ESPALHA --->
#Reviews | A Imprensa Estrangeira de Hollywood revelou a lista com todos os indicados ao Globo de Ouro 2019, uma das principais premiações da televisão e do cinema dos EUA. É daqui que saem as principais apostas dos favoritos ao Oscar 2019, prêmio mais pop do cinema mundial. A cerimônia de entrega da 76ª edição será em de Janeiro, em Beverly Hills. A atriz e produtora canadense Sandra Oh da série Grey’s Anatomy e ator Andy Samberg da série de comédia policial, tipo besteirol americano e viciante (gostos peculiares) Brooklyn Nine-Nine serão os anfitriões da festa. Conheça os principais indicados:
Melhor filme – Drama
- Infiltrado na Klan
Spike Lee, diretor e conhecido por abordar o racismo em seus filmes, nos conta uma história já muito conhecida: a ideologia da supremacia branca nos Estados Unidos. A temática é abordada a partir da história real de Ron Stallworth (John David Washington), um dos pouquíssimos policiais negros na corporação norte-americana em meados dos anos 70, que consegue se infiltrar na Ku Klux Klan através de telefonemas. Com muita coragem, Ron consegue manter contato até com David Duke, líder da KKK, interpretado no filme por Topher Grace que está muito bem no papel. Com a ajuda de seu parceiro Flip Zimmerman (Adam Driver), um policial branco judeu que comparece às reuniões presenciais da organização, a dupla conseguiu evitar diversos crimes de ódio e expor supremacistas brancos nas forças armadas. Além de uma história foda, e um enredo desconhecido para nós (e para eles também), a trilha sonora é riquíssima! Recheada de R&B dos anos setenta, que toca o coração com suas melodias, e a direção de arte contribuem para o sucesso do longa, que não se sustenta apenas na interessante trama, mas também no roteiro, na fotografia e no elenco de peso. Em sumo é um filme de comédia, com mix de drama, que você ira rir frequentemente e muito delas de nervoso.
- Pantera Negra
O início é característico de um conto de fadas: Um pai conta a seu filho a história de sua terra natal, Wakanda, onde cinco tribos viviam em treta até se submeterem a um forte guerreiro que possuía os poderes da Pantera Negra, considerada uma espécie de Deus. E assim, em uma das animações mais bonitas que já vi (sendo que foram poucas, mas essa era preciso ver), o novo filme da Marvel é repleta de fotografias lindas, cheia de cores e paisagens vivas. O filme conta a história de um herói africano que vivia em um país isolado, rodeado por tecnologia avançada. E, após a aparição de um vilão carregado de mágoas e cicatrizes (literalmente) a segurança da nação é ameaçada.
Mais do que um filme de super-herói, o longa discute temas importantes que, ficam reclusos a debates entre os afetados e negligenciados pela sociedade: Como o racismo estrutural velado, empoderamento feminino e a ajuda ao outro, colocando sua exposição em jogo. Ryan Coogler dirigiu o filme de forma que tudo isso fosse exibido de forma leve e natural. Um puta filme, até pra quem não gosta de animações (o meu caso). Além da trilha sonora ser comandada por nada menos que Kendrick Lamar, SZA, 2 Chainz, James Blake, the Weeknd, Travis Scott, Swae Lee, e Vince Staples
https://www.youtube.com/watch?v=CSHPaQ5CZkQ
- Bohemian Rhapsody
A trama do filme é como a biografia na Wikipédia: Vemos Freddie, seu encontro com Brian May e Roger Taylor, até o famoso concerto de Live Aid em 1985. O restante segue conforme a trajetória histórica do cantor. Nos créditos finais, somos levados a lembrar do artista como um homem com algumas mágoas e uma necessidade compulsiva de ser admirado e amado. O desafio de Bohemian Rhapsody é provocar a atenção do espectador entre rápidos retratos de Freddie: Seus usos abusivos de álcool, drogas (não que isso seja ruim), sua homossexualidade (sim, Freddie era gay óóó, quem não sabia? Os espectadores bolsominion que vaiaram o filme, nos cinemas parece que não) e sua doença de forma superficial mas, ainda que rápido, tudo é apresentado.
Ruim? Sim e não. Obviamente, uma sensação de falta de profundidade quando o assunto é a vida do cantor, como se ainda faltasse muitas coisas a dizer sobre ele em particular, ou sobre Queen no geral. Percebe-se um receio por parte do estúdio em retratar mais detalhadamente a essência de Freddie, como se o filme se preocupasse mais em impressionar do que em desenhar um retrato completo, incluindo o lado sombrio. Me lembra muito o filme/série de Tim Maia que a Globo fez, muito sintético, e bem interessante pra se passar (editado) em uma aula do Proerd.
- Nasce uma estrela
Sobre um filme que não vi, mas, sei que já é a quarta vez que o musical Nasce uma Estrela estreia no cinema: em 1937, foi estrelado por Janet Gaynor, em 1954, por Judy Garland, em1977 foi a vez da dupla Barbra Streisand e Kris Kristofferson, e agora é a vez de nada menos que Lady Gaga e do cantor Bradley Cooper encantar e emocionar o público com a história. Fim. Isso é o que sei até agora sobre o filme, que certamente não irei ver, pois detesto musicais (desculpa aí fãs de musicais, um abraço).
- If Beale Street Could Talk
História: Baseado no célebre romance de James Baldwin, o filme acompanha Tish (Kiki Layne), uma grávida do Harlem, que luta para livrar seu marido de uma acusação criminal injusta a tempo de tê-lo em casa para o nascimento de seu bebê. Não vi, só copiei a descrição do trailler.
https://www.youtube.com/watch?v=s_Cz7vyecv0
Melhor ator de filme – Drama
- Rami Malek (Bohemian Rhapsody)
Originalmente, Freddie Mercury era para ser interpretado por Sacha Baron Cohen, já que a semelhança com o cantor e as loucuras naturais fez dele um candidato certeiro para o papel. Apesar da grande performance de Rami Malek (já falaremos dele aqui), devemos admitir que fiquei lamentando de não ver como seria o eterno ex-Borat na pele de Freddie Mercury. Após os conflitos artísticos entre Sacha e os produtores, o intérprete de Freddie mudou várias vezes antes de Malek ser contratado. Poisé.
Outra grande reviravolta: a demissão de Bryan Singer poucas semanas antes do final das filmagens, por causa de suas repetidas ausências e suas desavenças com o ator principal. Bryan foi substituído por Dexter Fletcher, mas ainda segue creditado como único diretor. Enfim, é preciso falar sobre o Rami Malek. Um erro assumido da produção, mas meio perdoada: Tive a sensação de que, suas interpretações ficaram repetitivas e foi difícil ver encarnar a excentricidade de um Freddie Mercury.
- John David Washington (Infiltrado na Klan)
“Eu sabia que meu filho seria um bom ator, ele é um desses. Ele é um ator em ascensão, o que é algo que ele sempre quis. E como seu pai, eu me sinto como um papai orgulhoso, estou tão feliz por ele” disse Denzel Washington elogiando a atuação do filho, e concordamos em número, gênero e grau! Uma atuação digna de no minimo um globo levado pra casa, ei jurados, fica a dica, minha e do papai Denzel.
Os demais atores, nada á declarar;
- Bradley Cooper (Nasce uma estrela)
- Willem Dafoe (At Eternity’s Gate)
- Lucas Hedges (Boy Erased)
Melhor ator em série – Musical ou Comédia
- Donald Glover (Atlanta)
Ele é um dos maiores nomes criativos do momento, além de um baita rapper como o aka Childish Gambino (quem não curtiu This Is America? Hit com mais de 440 milhões de views no youtube), Glover é força criativa por trás da aclamada série Atlanta escrevendo, dirigindo e protagonizando a série. O artista ainda foi dublador da séria animada do Homem-Aranha, será a voz de Simba no filme do Rei Leão que a Disney está preparando e o jovem piloto Lando Calrissian no filme Han Solo, de Star Wars. Tá bom?
Falando sobre Atlanta, que está disponível no catalogo da Netflix em sua primeira temporada, a série é do tipo… melhor é assistir a série, que têm Donald Glover como o Earn, figura carismática porém sem grandes ambições até descobrir que seu primo Alfred está fazendo sucesso como o rapper Paper Boi e decide que se tornar seu agente é uma grande oportunidade para acertar sua vida. Um aviso: Atlanta é completamente diferente de séries como Mad Men ou Breaking Bad, um caminho sem volta como quem começa a acompanhar a carreira de Donald Glover. Qualquer um que já trabalhou com rap, sendo artista, produtor, beatmaker… Se verá no papel dos principais, ela é simples, direta ao ponto, com um certo draminha, como nossas vidas são, romances, decepções e sonhos além do limite do céu. Ela te prende até a última ponta. E o pior de tudo, tu ficará órfão quando terminar a temporada. Só mais um detalhe: Por favor, assista legendado, a dublagem da Netflix é incrivelmente ridícula, lembrando novelas mexicanas do SBT.
https://www.youtube.com/watch?v=kEQKg7kEI1g
Pra você ficar sabendo de todas indicações, e listas completas do prêmio, acesse o site El País, no site tá tudo detalhadinho sobre o que vai rolar nessa grande cerimônia.
Texto e edições por Bob Raplv
Revisões por Arthur Venturi
Interaja conosco, deixe seu comentário, crítica ou opinião