Rebeca Lane, deu voz as mulheres e minorias em toda a Guatemala
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#Reviews | A Guatemala é mais conhecida por suas ruínas maias e paisagem vulcânica do que por sua música. Rap certamente não é a primeira coisa que vem à mente quando se pensa neste pequeno país da América Central, e quanto ao rap feminista? Esqueça isso. Mas as coisas estão mudando. Rebeca Lane é uma rapper pioneira cuja música resume como é ser uma mulher na sociedade guatemalteca.
“Quando comecei a cantar, falei pela primeira vez sobre a experiência de ser mulher na América Central”, explicou ela. “Eu precisava falar sobre minha experiência de ser uma mulher em um país chauvinista.”
Por mais bonito que seja um país como a Guatemala, tem um registro muito feio de violência contra as mulheres. As taxas de violência estão aumentando contra as mulheres na América Central, e a Guatemala tem a terceira maior taxa de femicídio do mundo. Nos últimos dois anos mais de 1.000 mulheres foram assassinadas no país, mas surpreendentemente apenas 2% dos crimes de feminicídio são resolvidos. Lane vê sua música como uma oportunidade para aumentar a conscientização sobre essas questões e ajudar a capacitar jovens em todo o país.
“Para mim, a música também era uma maneira de falar sobre os conflitos sociais e criar um espírito para essa luta”, diz ela. Ao abordar questões como desigualdade política, pobreza e ativismo em sua música, Lane está inspirando um momento para mudança em uma escala raramente vista antes.
Lane não se esquiva de confrontar todas as formas de discriminação ou sub-representação, e não apenas como elas se aplicam às mulheres. Ela tem ativismo em seu sangue (seus pais foram ativistas durante a guerra civil de 36 anos na Guatemala) e tem feito comentários sobre justiça para as vítimas da guerra, pelo direito de amar quem você quiser e a estrutura da sociedade inerentemente injusta em seu país.
“A sociedade guatemalteca é projetada para que os povos indígenas tenham menos oportunidades de desenvolvimento e, como conseqüência, isso leva as pessoas não indígenas a ter uma atitude discriminatória em relação ao legado indígena”.
Lane é muito mais do que um rapper feminista; ela também é ativista, anarquista e, usando a música como sua ferramenta, deu voz a mulheres e minorias em toda a Guatemala.
Texto collab por Inês Barrios, Selene Nelson & Bob Raplv
Pesquisa & edição por Bob Raplv para Raplongavida/Bocada Forte
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