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Projeto inédito faz mapeamento das graffiteiras negras de São Paulo

Projeto inédito faz mapeamento das graffiteiras negras de São Paulo

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51135294_418475515559385_4918965519429664768_n-1 Projeto inédito faz mapeamento das graffiteiras negras de São PauloInki Dùdù – Pretas de Rua: Graffiti, Gênero e Etnicidades é o primeiro projeto com o objetivo de realizar um mapeamento de graffiteiras negras. A ideia é a criação de um livro catálogo de arte com trabalhos de graffiti realizados por artistas negras que residem na cidade de São Paulo, na região da grande São Paulo e do interior paulista.

Gabi Bruce, graffiteira, produtora e idealizadora do Inki Dúdú, que prefere chamar de “Projeta”, por se tratar de um livro produzido somente por mulheres, fala que a ideia surgiu diante da invisibilidade da mulher negra em eventos de graffiti.

“A Inki DùDù é uma projeta necessária, iniciativa que vem preencher uma lacuna estrutural no campo das artes urbanas, a invisibilidade da produção artística das mulheres negras atuantes no graffiti”

Gabi destaca que há vários casos da mulher negra ser retratada, porém não pelas próprias mulheres pretas:

“Temos a ascensão da cultura e figuras pretas estampadas em painéis de graffiti, mas as mãos que pintam esses painéis de grande destaque, mesmo retratando a cultura afro-brasileira, são mãos não negras. Temos uma masculinização de termos e ações, intitular de projeta e não projeto, reforça a ideia que é uma ação criada e produzida por mulheres, para mulheres”.

74495933_953828334982860_6160476883499614208_n-1-1024x683 Projeto inédito faz mapeamento das graffiteiras negras de São Paulo

O nome  “Inki Dudu”, que significa “tinta preta” no idioma yorubá, conta com, além de Gabi Bruce, com a bibliotecária e livreira Ketty Valencio, proprietária da “Livraria Africanidades” especializada em literatura negra e feminista, e a jornalista e fotógrafa Erica Bastos, repórter do BF e outros de sites especializados em hip-hop com ênfase nos trabalhos femininos.

A “projeta” começa registrando artistas negras de São Paulo e depois pretende expandir para todo o território nacional.

“Não estamos nos livros de artes, não estamos nos livros de graffiti, é como se não existíssemos. Com intuito de visibilizar e fortalecer a produção feminina negra do graffiti brasileiro, é que criamos a projeta. Sairemos do lugar que não nos cabe, do invisível,  para ocupar as estantes de bibliotecas e museus”, completa Gabi Bruce.

O lançamento do livro-catálogo está previsto para o final do ano de 2019 e foi um dos projetos selecionados pelo PROAC de São Paulo.