ACERVO BF | Leia e faça o download gratuito da Revista Pode Crê! Nº 02
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Continuando a missão de digitalizar publicações do Acervo do Bocada Forte, agora trazemos a Edição Nº 02 da Revista Pode Crê!, a primeira a trazer grupos de Rap na capa. Já escrevi várias vezes sobre ela e afirmei ser a primeira revista de Hip Hop. Mas na verdade ela foi muito mais que isso, foi uma Revista especializada em Cultura Preta, não era uma revista voltada apenas para a Cultura Hip Hop. Foram lançadas apenas 5 edições e 4 delas estamparam em suas capas MCs e DJs, a primeira com Mano Brown, a segunda com o Vítima Fatal, a terceira com o Câmbio Negro e a última com a dupla Thaíde e DJ Hum.
A primeira edição foi a número zero e foi um formato estilo fanzine, diferente das outras 4 que vieram com uma qualidade muito superior, não devendo nada pra nenhuma publicação da mesma época.
A Pode Crê! foi fruto do Projeto Rappers, uma iniciativa do Geledés – Instituto da Mulher Negra através do Programa de Direitos Humanos, coordenado pela Sueli Carneiro e sua irmã Solimar Carneiro. Vocês vão ler ou baixar essa edição e conferir o quanto era uma publicação completa, com assuntos e temas variados. Dando destaque para artistas do Rap que naquele momento eram sucesso nas periferias, mas também falando do lado social e político com uma matéria sobre as Posses. Abriam espaço para novos grupos, inclusive citando o grupo do irmão do Ice Blue, sempre tinha páginas dedicadas às mulheres, coluna do DJ KL Jay, história preta, samba, Breaking, pôster exclusivo de um artista, etc.
Confira o Fanzine Nº 01 do Movimento Hip Hop Baiano
Espero que se atentem a todos os nomes da equipe e também aos detalhes que retratam fielmente uma época em que tudo era muito mais difícil, a própria periodicidade da Revista demonstra isso. A ideia inicial era que a publicação fosse bimestral, mas isso não foi possível. A primeira edição era para os meses de fevereiro e março de 1993 e foi para as ruas com Mano Brown na capa no valor para venda de Cr$ 35.000,00. A segunda edição foi lançada para os meses de agosto e setembro de 1993 já com o valor de CR$ 200,00. A terceira e quarta edição só foram lançadas em 1994 e a Revista encerrou suas atividades já depois do plano real, com o valor de R$ 3,00.
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Graças a um amigo da quebrada, Jeferson “Neno”, que tinha uma tia* que trabalhava no Geledés e era uma das responsáveis pela campanha sobre anemia falciforme, tive contato com a Revista desde o seu lançamento. A Pode Crê! é uma das minhas principais referências de mídia alternativa, muito do que foi feito ali continua vivo no conteúdo produzido pela Equipe do BF. Se o que está aí hoje em evidência nas redes e plataformas comandadas por bilionários (escravocratas do digital) é o fluxo normal, seguimos na contramão.
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*A tia do meu amigo é a Dra. Berenice Assumpção Kikuchi (Doutora em saúde e desenvolvimento, Pesquisadora do CNPQ e Diretora Técnica da AAFESP – Associação de Anemia Falciforme do Estado de São Paulo)
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