Entrevista | Jorge Hilton fala sobre o livro ‘Branquitude, música Rap e educação’
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Jorge Hilton, escritor, professor universitário, historiador e MC baiano, lançou em março de 2020 o livro – ‘Branquitude, música Rap e educação (Compreenda de uma vez o racismo no Brasil a partir da visão de rappers brancos)’. Assim que ele postou em suas redes que o livro estava disponível, me apressei em ler e achei a ideia, no mínimo, interessante.
Para quem não conhece, segue uma pequena apresentação sobre o autor: ele é doutorando no Programa Multidisciplinar de Pós-Graduação em Estudos Étnicos e Africanos – POSAFRO, da Universidade Federal da Bahia (UFBA), mestre em Educação e Contemporaneidade pela Universidade Estadual da Bahia (UNEB). É especialista em História das Culturas Afro-Brasileiras pela Faculdade de Tecnologia e Ciências (FTC) e licenciado em Ciências Sociais pela Universidade Federal da Bahia (UFBA). Na Faculdade Montessoriano, foi professor temporário e coordenador temporário em pesquisas do Projeto de Iniciação Científica (Estudos Interdisciplinares) e Orientador de Trabalho de Conclusão de Curso (TCC1) na graduação. É membro da organização mundial Zulu Nation. Além de tudo isso ele também é MC e o seu grupo é um dos pioneiros do Rap baiano, o Simples Rap’ortagem.
Confira um vídeo do Simples Rap’ortagem
Esse não é seu primeiro trabalho literário, em 2014 ele lançou o livro ‘Bahia com H de Hip Hop’, onde ele fala sobre a Cultura Hip Hop em sua terra natal. Posso dizer que Jorge também já foi colaborador do Bocada Forte, pois foi através dele que eu tive meu primeiro contato com o Hip Hop da Bahia. Ele me enviou diversos fanzines e discos, foi através dele que soube da Posse Orí, das Crews de Graffiti O Clan e DN, Posse Massai, Quilombo Vivo, Erê Jitolú, Sr. Râneo, Elemento X, Fúria Consciente, Dimak, Clã Periférico, a banca S.A.N e todos os outros nomes que ajudaram a construir a cena do Hip Hop na Bahia. Sem ele seria muito difícil o Bocada Forte ter acesso a tudo que estava acontecendo ali no final dos anos 90 e começo dos anos 2000.
Ouça a música “Quadro negro” do Simples Rap’ortagem
Troquei uma ideia com ele sobre o livro, a entrevista foi por vídeo, tivemos alguns problemas de conexão, que acabaram influenciando no áudio e na imagem, mas ainda assim deu pra aproveitar bastante coisa. O prefácio do livro é de Lourenço Cardoso e Lia Vainer Schucman, os/as rappers que ele conversou ou que foram fonte dessa pesquisa são: Fabio Brazza, Gaspar (Z’África Brasil), De Leve, Lívia Cruz, Rubia (RPW), Janaina Noblat, Lurdez da Luz, DeDeus, Elvis Kazpa, Don Bruno, DOPE69, Fex Bandollero, Jasf (Os Agentes), Kaab, MC Osmar, Preto Du (Simples Rap’ortagem), Shark, Gabriel O Pensador, C4bal, Flora Matos, DJ Alpiste, Suave, Filosofia de Rua, Inquérito e Alternativa C. Nem todos deram seus depoimentos, mas grande parte desses deixaram a sua contribuição para que o autor chegasse as suas conclusões.
Destaco um trecho do release do livro que resume bem qual foi o foco – “A obra não é sobre lugar de fala dos rappers brancos, mas sim o lugar de reflexão de um pesquisador negro sobre o que essas falas revelam: O que eles e elas pensam sobre relações raciais e racismo? A auto declaração racial que fazem, condiz com seus olhares de como a sociedade os percebe racialmente? Quais suas visões sobre privilégio branco? Em que medida tais temáticas aparecem em suas obras musicais?”
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Confira a entrevista gravada em 12.08.20
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