#ElasNoBF | Em novo álbum, Priscilla Fenics fala de si e das nossas lutas
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Sem abandonar o Rap que causa perigo para os que proliferam a alienação, Priscilla Fenics fala sobre a cultura periférica que salva vidas. Os sons registrados no álbum ‘Arbocaura’ vão além da ideia de redenção e inserção no paraíso apenas por meio do consumo.
Fenics fala sobre a cobrança das ruas, mas não é nada semelhante às tretas entre membros do macho-hop e suas vaidades disfarçadas de atitude.
Com beats contemporâneos, Priscilla Fenics não entra na onda do debate estético entre os adeptos do drill, trap ou grime. A rapper é atual por seu forte discurso ligado ao hoje, mas que traz a tradição e a ancestralidade negra e feminina para reforçar o seu combate.
Em tempos de crise, alguns artistas refletem a realidade, outros tentam, de certa forma, mandar ideias para mudar a realidade. Existem aqueles que metem o louco e buscam jeitos de lucrar no caminho da neutralidade.
Em cada faixa de seu mais recente disco, Fenics mostra qual é sua escolha numa produção refinada, diversificada, que mantém sua personalidade e convida o ouvinte ao novo, sem virtuosismo, apenas marcando sua caminhada urbana para a retomada.
O Rap pode ser um grande propagador da meritocracia e do neoliberalismo, mas a artista tem maturidade para fazer a curva em seu caminho, desviar da cobrança e pautas ditadas pelas redes sociais e falar sobre assuntos importantes.
O governo autoritário e insensível, responsável pelas mortes por Covid-19 em nosso país, o combate ao racismo e à violência contra a população pobre, a luta contra o machismo, entre outras pautas que fazem parte do nosso cotidiano, mas que não ganham espaço em muitos Raps, são abordados na voz de quem está há vinte anos no Hip Hop e conhece seu poder transformador.
Com direção e produção de Beilli, ‘Arbocaura’ foi gravado, mixado e masterizado no estúdio do vetarano DJ Duck Jam. Fortalecendo a correria e o talento das minas do Graffiti, Priscila Fenics convidou a artista Soberana Ziza.
O time de mulheres do álbum tem em sua formação Vanessa Jackson (“Sou + Eu”), das poetas Ryane Leão (“Brilha e queima”) e Suh Menezes (“Meia quatro”), da assessora e pesquisadora Nerie Bento (“Avisa lá”) e da cantora e rapper Brisa Flow (“Marginal”).
‘Arbocaura’ é um dos melhores discos lançados no primeiro semestre de 2021. Além de mostrar a notável evolução de Priscila Fenics como rapper, é forte por nos acordar, por nos fazer acreditar.
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