Edi Rock encerra trilogia com minidocumentário e o álbum audiovisual ‘Origens 3 – O show’
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Cinco anos depois do primeiro lançamento de uma trilogia, que começou em agosto de 2019 com ‘Origens’, Edi Rock encerra esse ciclo com um minidocumentário e o show que foi gravado em São Paulo (setembro/23). A segunda parte, ‘Origens – Parte 2 (Ontem, hoje e amanhã)‘, foi lançada no auge da pandemia (outubro/2020) e em entrevista ao Bocada Forte no Programa ‘Algo a Dizer’ ele já anunciava como seria o final dessa sequência.
No dia 17/09 aconteceu a première do documentário na Matilha Cultural, com 4 sessões gratuitas para convidados e público em geral. A lotação foi máxima, com discotecagem do DJ Erick Jay e no final, totalmente de improviso, ainda teve muito Rap do Brasil ao vivo, com o próprio Edi Rock e ainda Sombra, Dowraiz e Dexter. Hoje, no dia do seu aniversário de 54 anos, chega às plataformas ‘Origens 3 – O show’.
Desde o seu primeiro trabalho solo, o EP lançado em 2000, Edi Rock faz referências as suas origens, seu primeiro trabalho não traz isso nas músicas, mas nas fotos do encarte podemos ver um resumo da sua caminhada até ali. Exatamente 20 anos depois ele nos entrega essa valorização e volta às origens com rimas e batidas, o que resultou em dois álbuns e esse show onde ele reuniu amigos, amigas, fãs e muitos convidados e convidadas. Nos toca-discos desse trabalho ao vivo está o seu principal companheiro na vida e na música, DJ KL Jay, juntos eles são a metade do maior e mais importante grupo de Rap do país.
Pra mim particularmente, cada um desses trabalhos marca os nossos reencontros, no começo dos anos 2000 conheci um dos meus ídolos da adolescência pessoalmente, quando ele ainda estava divulgando seu primeiro trampo solo. Nos falamos por e-mail, passei o telefone de casa e pra minha surpresa ele retornou. Quando cheguei em casa a noite tinha um recado do Edivaldo pra mim, pensei comigo – “não conheço nenhum Edivaldo”. Demorei pra ligar os pontos, era um tempo em que aqui em SP a gente sabia de que região era o número de telefone pelos primeiros números. Vi que o número era da zona norte e só ai lembrei quem era Edivaldo.
Retornei, nos falamos e marcamos de se trombar no Projeto Radial. Daí pra frente a gente se falava direto por telefone, quando eu ficava sem ligar ele ainda me cobrava do porque tinha sumido. Alguns dias depois realizamos um bate-papo online no chat do Bocada Forte, onde ele conversou com pessoas de dentro e de fora do país, eram os primórdios de lives e podcasts. Antes de julho de 2019 ficamos quase 10 anos sem se falar, até que o encontrei em um show, atualizamos o contato e voltamos a nos falar 1 mês antes de ‘Origens’. Veio a pandemia e para o ‘Origens 2’ todas as conversas foram online, o que resultou na entrevista citada antes.
Quatro anos se passaram, contato perdido mais uma vez e na première compareci, mesmo sem o Bocada Forte ser convidado, e mais uma vez ele me recebe com o mesmo respeito e consideração – contato atualizado com sucesso. Não conto isso pra dar nenhum tipo de carteirada, mas porque isso tem tudo a ver com ORIGENS, uma origem humilde, de quem não esquece de onde veio e muito menos de quem esteve lado a lado, nos momentos bons e ruins.
Antes de todos esses encontros, ali por 1995 ou 96, aconteceu algo inusitado na minha vida de fã de Racionais MCs. Eu trampava de office boy, peguei um ônibus no centro de SP que vinha da zona norte e ia pra zona sul, pra minha surpresa Edi Rock estava no busão. Congelei, não disse nada, anos depois contei pra ele, o próprio confirmou que fazia sempre esse trajeto. Isso diz muito sobre o Rap dos anos 90, o álbum ‘Raio X do Brasil’ tinha recém estourado em todo país, em 1997 seria lançado o ‘Sobrevivendo no Inferno’, Racionais já era um fenômeno nacional e um dos seus integrantes estava ali no mesmo ônibus que eu. Tive encontros parecidos nessa época com todos os outros integrantes, mas ai é história pra outro momento.
A trilogia ‘Origens’ traz muitas mensagens, mas a principal é pra não nos esquecermos de onde viemos, todos temos uma raiz e é ela que nos fortalece. O minidoc deixa nítido que é nessas raízes que Edi Rock se apega pra prosseguir, nos amigos, amigas, família, sua quebrada, seu chão e na sua ancestralidade. Hoje, além do lançamento desse show, ele completa mais um ano de vida.
Parabéns Edivaldo, Edi Rock, Coquinho, Cocão, Coco, a Voz Forte da Norte, paz e saúde sempre!
Assista ao documentário e ouça/assista ao show
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