Programa Orunmilá #12 | “A gente precisa normalizar que os corpos são diversos”
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O Programa Orunmilá desta segunda, 23, contou com os convidados Ravi Silveira e Théo Linero no papo com a apresentadora Luciénè Cortes. Ravi e Théo falaram sobre sexualidade, definiram conceitos e trouxeram suas próprias experiências de transição de gênero.
Ravi é carioca, tem 44 anos, é produtor musical e criador de conteúdo, formado em Educação física e Bacharel em Direito. Homem Trans Preto, que fez a sua transição de gênero aos 42 anos de idade, casado há 7 anos e não-monogâmico.
Theo é Planejador Financeiro Certificado, Mestre em Ciências do Comportamento pela UnB, Professor no Master em Economia Comportamental na ESPM e Assessor no Banco do Brasil na área de Investimentos. É homem trans e redescobriu suas verdades e, principalmente, sua essência e coragem há 4 anos.
No diálogo, Ravi e Théo explicaram as diferenças e significados de terminologias. Sobre identidade de gênero, a noção de “como me vejo, como me sinto”. “Ser homem ou mulher é uma construção social, o que foi construído como norma é a visão colonizadora de gênero, a partir das genitálias”, comentou Ravi. “Para ser trans, você não precisa mudar seu corpo”, acrescenta.
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Além disso, a identidade pode ser manifestada entre binários, que se identificam como homem ou mulher, e não binários, que não “se sentem confortáveis nos gêneros normativos”, ensina Ravi. Incluindo os fluídos, que transitam entre os diferentes gêneros.
Já sobre sexualidade, Ravi e Théo articularam a ideia de “como me relaciono, para quem entrego meu afeto”, e a distinção dessa nomenclatura para formas anteriores e mal empregadas, como “opção ou orientação sexual”.
A discriminação enfrentada na transição de gênero somada ao contexto de estruturas pensadas para corpos padronizados criam barreiras que dificultam o processo de reconhecimento e aceitação da identidade. “Como a família da minha mãe ia entender, como vai ser a leitura para as minhas tias?”, conta Théo. “Por mais que hoje eu tenha feito a minha transição e seja lido como homem, eu não uso banheiros públicos porque conheço casos de homens trans que apanharam por usar a casinha”, complementa.
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O enfrentamento, para eles, deve ser feito com informação. Quanto mais os espaços forem ocupados e mais visibilidade para as questões, maior será o respeito e menor o sofrimento de pessoas não identificadas com o gênero socialmente imposto. “A gente precisa normalizar que os corpos são diversos”, afirma Ravi.
Na pergunta “Qual ancestral você quer ser?”, Ravi contou que quer ser lembrado por “ter utilizado a sabedoria do tempo” e “não precisar da validação de ninguém, a não ser minha própria consciência”. Já Théo deseja ter a memória de “não aceitar os limites que me são impostos” e pede que todos “saibamos que sempre podemos ir além”.
Jabá Social – @eusoukakarodrigues (Eu Sou Kaka Rodrigues)
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